Ranqueando as finais de conferência
Da menos a mais empolgante, confira as prévias de todas as finais de conferência.
Olá, fã do college!
Estamos em um dos momentos mais legais do calendário do college football: o final de semana das finais de conferência. E este ano, este evento está especial. Pela primeira vez na era do College Football Playoff, cinco times chegam invictos na semana 14. Em razão disso, nenhum time está 100% garantido nos playoffs, o que traz uma camada de tensão especial para as finais esse ano.
Mas é fato que é muito difícil assistir todos os jogos. Por isso, a fim de auxiliar o fã do college no momento de escolher o que ver, decidi fazer um ranking das melhores finais de conferência, indo daquela que menos estou empolgado até aquela que não perco por nada! Claro que no processo eu faço os meus detaques e dou os meus pitacos sobre o que eu acho que vai acontecer.
(10º) NEW MEXICO STATE vs LIBERTY (Sexta, 21:00)
O primeiro jogo da maratona de finais de conferência promete ser também um dos mais desequilibrados, apenas atrás talvez de Michigan vs Iowa. Quando as equipes se encontraram na semana 2, os Flames venceram por 33 a 17. Claro que muita coisa mudou desde daquele jogo, mas acredito que não o suficiente para que os Aggies consigam competir de igual para igual nesta sexta.
Estes são dois times recém saídos da independência e que chegaram na Conference-USA aspirando por mais prestígio aos seus respectivos programas. Mas é Liberty quem está mais próximo de ver esse sonho virar realidade. O programa tem sido um dos mais bem-sucedidos do Group of 5 desde que Hugh Freeze (hoje em Auburn) chegou por lá em 2019. Ainda assim, uma temporada invicta seria algo novo. E o head coach James Chadwell pode liderar a equipe rumo a este feito logo em sua primeira temporada na escola. Não só isso, uma vitória na final e uma derrota de Tulane pode colar os Flames num bowl do New Year’s Six pela primeira vez na sua história. Palpite: Liberty.
(9º) MIAMI (OH) vs TOLEDO (Sábado, 14:00, Star+)
Assim como na Pac-12 MAC, a final da MAC este ano é uma reedição de um confronto que ocorreu na temporada regular. Em 21 de outubro, Toledo venceu Miami por 21 a 17 em um jogo que também ficou marcado pela lesão do QB Brett Gabbert, dos Read Haws, que o tirou do restante da temporada. Desde então, o ataque de Miami tornou-se bastante unidimensional, apostando no jogo corrido para marcar seu pontos. A estratégia deu certo. O time não perdeu mais. Mas creio que não será o suficiente para superar a 33ª melhor defesa da FBS em jardas cedidas.
O ataque de Toledo é puxado por Peny Boone, um dos running backs mais prolíficos do college e que correu para 1.359 jardas na temporada, quinto melhor recorde da FBS. Ele é a grande esperança do time para vencer o segundo título seguido de conferência, algo que não acontece desde que venceu três seguidos entre 1969 a 1971. Palpite: Toledo.
(8º) APPALACHIAN STATE vs TROY (Sábado, 18:00, Star+)
Se vivêssemos num mundo ideal, veríamos James Madison vs Troy na Fun Belt, digo, na Sun Belt. Contudo, em razão de uma estúpida regra de transição da FCS para FBS criada pela NCAA, os Dukes estão inelegíveis para jogar a final. Dessa forma, os Mountaineers tentará conquistar o quinto título da conferência à qual se juntou em 2014. Já Troy busca seu segundo título consecutivo (o 8º no total) e conseguir 11 vitórias em temporada seguidas pela primeira vez desde o biênio 1995-96.
O grande destaque de App State é o QB Joey Aguilar, quarto jogador da FBS que mais deu passes para touchdowns na temporada, com 33. Desde que substituiu o então titular Ryan Burger, que se lesionou no primeiro quarto do primeiro jogo da temporada, ele tem sido uma das peças-chave da equipe. Os Trojans, por sua vez, se destacam pelo ataque terrestre comando pelo RB Kimani Vidal, que tem 1.349 jardas corridas nesta temporada (7º melhor da FBS). Vidal já é o jogador que mais teve jardas corridas na história de Troy. Considerando que App tem apenas a 102ª melhor defesa da FBS contra o jogo corrido, apostaria que Troy tem aqui um matchup mais do que favorável para explorar e vencer o jogo. Palpite: Troy.
(7º) BOISE STATE vs UNLV (Sábado, 17:00)
O caminho da Mountain West até essa final foi um tanto bizarra. Na primeira metade da temporada, Air Force foi a sensação do Group of 5. Invicta e jogando um futebol americano raiz e bonito, todos achavam que, finalmente, o time tinha chances abocanhar o título da conferência. Só que, enquanto todo mundo olhava para o outro lado, UNLV surpreendia e fazia uma das melhores temporada da história de seu programa. No fim, Air Force acabou perdendo os últimos quatro jogos da temporada regular e foi ultrapassado por San Jose State, UNLV e Boise State, que terminaram empatados na liderança da conferência. A Mountain West então recorreu ao famigerados computadores da BCS para definir os dois melhores times.
Rebels e Broncos não se enfrentaram ainda no ano. Acredito que a partida ficará mais desiquilibrada quando o WR Ricky White III começar a explorar a frágil secundária de Boise State. Enquanto White tem uma média de 17,2 jardas por recepção (1.308 jardas e sete TDs recebidos), Boise State tem cedido uma média de 254,8 jardas aéreas por jogo, uma das piores defesas do college neste fundamento. Palpite: UNLV.
(6º) SMU vs #22 TULANE (Sábado, 18:00, Star+)
Assim como aconteceu no ano passado, a final da AAC coloca frente a frente um time que está saindo da conferência (UCF ano passado e SMU este ano) e Tulane. Ano passado deu Green Wave. Esse ano acredito que acontecerá a mesma coisa. Nada contra SMU, que tem um time muito bom tanto ofesiva quanto defensivamente. Porém, o impacto da lesão do QB Preston Stone no jogo do último sábado contra Navy, em duelo tão equilibrado como este, é capaz de direcionar o favoritismo para a Green Wave.
Considerando que Tulane é o time do Group of 5 mais bem ranqueado no momento, uma vitória aqui o colocaria novamente em um bowl da New Year’s Six pelo segundo ano seguido. Todos devem se lembrar da fantástica vitória da equipe no último Cotton Bowl sobre USC. Palpite: Tulane.
(5º) #2 MICHIGAN vs #16 IOWA (Sábado, 22:00)
Na última final da Big Ten composta pelos campeões de divisões (a partir do ano que vem as divisão serão abolidas), veremos dois times que superaram a sua própria cota de adversidades para chegar até aqui. Michigan precisou lidar duas vezes com uma suspensão de três jogos de Jim Harbaugh. A primeira (em razão das violações de recrutamento) foi autoimposta e aconteceu nos 3 primeiros jogos do ano; a última (ocorrida em razão do escândalo de roubo de sinais dos adversários), foi aplicada pela Big Ten para os últimos 3 jogos. Iowa, por sua vez, superou as dificuldades de jogar com um ataque inoperante graças a uma defesa espetacular. Um punt de cada vez, o time confiou em sua defesa, special teams e, ocasionalmente, em seu ataque para somar os parcos pontos da temporada. A estratégia funcionou até aqui, mas dificilmente será suficiente para parar o possante ataque dos Wolverines.
Talvez esse não acabe sendo o jogo mais desiquilibrado deste fim de semana, mas é o que eu mais escolho com força o vencedor. Iowa precisará forçar turnovers e correr muito com a bola para deixar Michigan o máximo de tempo possível longe da bola. Para que tenham alguma chance nesse jogo, é essencial que os Hawkeyes encaixem bem o seu jogo corrido, especialmente com o RB Leshon Williams. Não é preciso dizer que a defesa precisa continuar soberba como de costume. Porém, ela será levada ao limite de uma forma que ainda não foi levada nesta temporada. Blake Corum, RB dos Wolverines, é absurdo e ainda não sabe o que ser anulado. E Iowa precisará fazer isso caso queira vencer. Palpite: Michigan.
(4º) #18 OKLAHOMA STATE vs #7 TEXAS (Sábado, 14:00, Star+)
Taí um matchup que não esperava ver na final da Big 12. Oklahoma State teve um início de temporada desastrosa, cujo ponto mais baixo foi a lavada sofrida para South Alabama em casa. Mike Gundy então encerrou o seu rodízio de quarterbacks, nomeando Alan Bowman como titular, e liderou os Cowboys para sete vitórias nos últimos oito jogos.
Texas, por sua vez, está em uma das suas melhores temporadas de sua história recente, mantendo vivas as esperanças de um novo título nacional. Para que isso aconteça, uma vitória neste sábado pode não ser suficiente. Eles precisarão torcer para que alguns times do Top 4 percam seus jogos.
Porém, a preocupação maior de Steve Sarkisian deve ser parar os Cowboys, especialmente o RB Ollie Gordon, líder da FBS em jardas corridas (1.580). Embora sejam franco favoritos, eu não subestimaria Mike Gundy jogando como azarão. Oklahoma que o diga. No papel, a defesa dos Cowboys está entre as piores da Big 12, e Texas tem as armas suficiente para explorar essa fragilidade, mesmo após a lesão do RB Jonathon Brooks. Palpite: Texas.
(3º) #14 LOUISVILLE vs #4 FLORIDA STATE (Sábado, 22:00, ESPN 3/Star+)
O final de temporada de Florida State ganhou contornos dramáticos em razão da lesão do QB Jordan Travis no jogo contra North Alabama, que o tirou do restante da temporada. O reserva Tate Rodemaker assumiu o seu lugar no clássico da semana seguinte contra Florida, porém ficou evidente que o ataque terá de rodar de uma forma totalmente diferente. O QB completou apenas 12 de 25 passes para 135 jardas, sem nenhum touchdown ou interceptação. Coube ao RB Trey Benson dar algum dinamismo para o ataque.
Ocorre que Louisville tem um time bem melhor que o dos Gators, embora a defesa tenha se mostrado mais frágil nas últimas semanas, cedendo mais de seis jardas por jogada nos últimos três jogos. Mas se analisarmos a temporada como um todo, Louisville tem a 19ª melhor defesa da FBS em média de jardas cedidas (314,7 jardas por jogo) e a 20ª em média de pontos por jogo (20,0 pontos). Os Seminoles realmente estão em apuros aqui. Porém, eu facilmente vejo um cenário aqui onde, uma vez dominando o jogo terrestre e vencendo a batalha de turnovers (FSU tem o quinto melhor saldo de TO da FBS, com 11), eles conseguirão ser campeões. Palpite: Florida State.
(2º) #1 GEORGIA vs #8 ALABAMA (Sábado, 18:00)
Embora Alabama tenha garantido a sua vaga na final da SEC há algumas semanas, o time quase viu suas maiores aspirações desta temporada irem por água abaixo no clássico contra Auburn. O passe para touchdown de Jalen Milroe para Isaiah Bond que saiu numa 4&31 à segundos do fim, não só entrou para a lore do Iron Bowl, como manteve o pulso da Crimson Tide vivo para o título nacional.
No entanto, sem querer diminuir as dificuldades que é vencer Auburn no Jordan-Hare (algo que New Mexico State foi capaz de fazer na semana anterior), enfrentar os Bulldogs é uma parada totalmente diferente.
Esse jogo tem muitos elementos semelhantes à final da SEC de 2021. Geórgia não era apenas favorita de levar o título de conferência, mas de levar o título nacional. Então, naquele ano, Bryce Young fez seu nome ao chocar os Bulldogs com uma performance histórica (421 jardas e 3 TDs de passe). Acontece que Jalen Milroe não é Bryce Young, embora o atual QB da Crimson Tide tenha melhorado muito nos últimos jogos. Palpite: Georgia.
(1º) #5 OREGON vs #3 WASHINGTON (Sexta, 22:00, ESPN 3)
Essa é a mais imperdível das finais de conferências. E os motivos abundam. Primeiro, esse será o último jogo de futebol americano da Pac-12 como a conhecemos, uma das conferências mais vitoriosas e tradicionais da história. A partir do ano que vem, 10 de suas 12 escolas partirão para novas conferências, deixando para trás Oregon State e Washington State. Para compensar o sentimento amargo da ocasião, teremos a final de conferência mais equilibrada de todas. O encontro dessas duas equipes em outubro foi um dos melhores jogos do ano, tendo os Huskies vencido por apenas 3 pontos de vantagem.
Porém, desde então, a qualidade de Washington caiu sensivelmente e precisou de uma dose de sorte para vencer confrontos contra times mais fracos, como Arizona State e Washington State. Por outro lado, Oregon mostrou sua melhor versão na metade final da temporada. Bo Nix subiu de produção e tornou-se um dos favoritos, ao lado de Jayden Daniels de LSU, para vencer o Heisman Thophy. Por isso, se você tiver que escolher apenas um jogo para ver, escolha esse. Palpite: Oregon.