Quem leva o Heisman Thophy?
Conheça os favoritos, as zebras e também aqueles que correm por fora na corrida pelo mais importante prêmio da temporada do college football.
Olá, fã do college!
Para o nosso desespero, estamos quase na metade da temporada regular do college football. Como pode um esporte tão incrível ter uma temporada que dura apenas um quarto de um ano? Sim, em dezembro ainda temos os bowls, mas, além de não contar com a participação de vários times, muitos jogadores importantes optam por não jogar caso seu time não esteja envolvido no College Football Playoff.
Sabe outra coisa que temos em dezembro? A entrega do Heisman Throphy, o prêmio individual mais importante do college football e que premia o jogador de maior destaque da temporada.
Já estamos em um ponto da temporada que temos um visão clara de quem pode estar em Nova York no dia 9 de dezembro torcendo para seu nome estar escrito no envelope de anúncio do vencedor.
Uma coisa parece ser certa de antemão. Ele será dado a um jogador de ataque. O troféu foi entregue a jogadores de defesa apenas três vezes. A última vez que isso aconteceu foi quando o DB Charles Woodson, de Michigan, venceu em 1997.
As posições mais premiadas são running back (41 troféus) e quarterbacks (37). Mas recentemente, em 2020, vimos um wide receiver receber o prêmio com DeVonta Smith, de Alabama.
Para especular quem pode ganhar o prêmio este ano, eu separei os principais nomes em quatro prateleiras: Zebras (chances remotas de vencer), Correndo por Fora (podem surpreender na metade final da temporada), Fortes Candidatos (possuem chances plenas de vencer) e Favoritos (aqueles em melhores condições de vencer).
ZEBRAS
» BLAKE CORUM (RB, Michigan)
Em uma temporada em que não temos nenhum running back dominando as conversas, Blake Corum é o que tem mais chances de abocanhar uma vaga no trio de indicados para comparecer pessoalmente na cerimônia de entrega do Heisman. Corum lidera o país em número de touchdowns corridos no ano (com 10) e, considerando que Michigan ainda tem algumas defesas fracas pela frente e a possibilidade de chegar à final da Big Ten, o RB terá ainda muitas oportunidades de chocar todos com seu talento.
» CAM WARD (QB, Washington State)
Se Washington State se transformou em uma força dentro da Pac-12 foi graças ao talento do QB Cam Ward. Sua precisão no passe e mobilidade dentro do pocket tem sido um inferno para as defesas, que ficam sobrecarregadas na marcação e pensam duas vezes antes de mandar blitz. O hype sobre Ward deu uma leve diminuída depois da partida contra UCLA, quando lançou para duas interceptações. Todavia, é bom ressaltar que os Bruins possuem uma das melhores defesas do college.
» LUTHER BURDEN (WR, Missouri)
Em um ano em que os wide receivers tem ficado completamente fora das discussões sobre o Heisman, Luther Burden é aquele mais impressionou. Embora nomes como Marvin Harrison Jr. (Ohio State) e Keon Colemand (Florida State), atraiam mais a atenção da mídia, nenhum deles está nem perto de igualar os números de Burden na temporada. Atualmente, ele lidera a FBS em número de recepções (54) e jardas de recepção (793), além de acumular cinco touchdowns recebidos. Se estivesse em um programa de mais prestígio, certamente seu nome estaria mais cotado para o prêmio.
» TRAVIS HUNTER (WR/CB, Colorado)
Ao lado de Deion Sanders, Hunter foi a sensação do começo da temporada. Depois de sua estreia brilhante na vitória sobre TCU, Hunter fez um bom jogo contra o Nebraska. Porém, o hype sobre ele parou de crescer em razãoda lesão que sofreu na partida contra Colorado State, que o manteve fora de campo nas semanas seguintes. Se não fosse por ela, muito provavelmente o nome de Hunter estaria sendo mais aventado na corrida pelo Heisman. Afinal, não é todo dia que vemos um WR/CB ser tão bom jogando tanto no ataque quanto na defesa.
CORRENDO POR FORA
» DRAKE MAYE (QB, North Carolina)
Maye exemplifica bem o que a prateleira de '“correndo por fora” significa: ele não está totalmente fora da corrida pelo Heisman, mas também depende de uma sequência improvável de eventos para ter uma real chance de vencer. A boa notícia para Maye é que seu principal alvo está de volta. O WR Tez Walker foi liberado pela NCAA para jogar e deve já ficar disponível para o duelo contra Miami neste sábado. No ano, Maye lançou para 1.629 jardas, 8 touchdowns e 4 interceptações
» J. J. MCCARTHY (QB, Michigan)
McCarthy provavelmente é o quarterback mais subestimado do college football. Mas certamente é um dos mais confiáveis. Em seis jogos nesta temporada, McCarthy completou 77,6% de seus passes para 1.290 jardas e 14 touchdowns. O hype sobre ele só não está maior em razão do baixo nível de qualidade dos adversários dos Wolverines no ano até aqui (Minnesota, Nebraska, Rutgers, Bowling Green e UNLV). Mas isso deve mudar na parte final da temporada, quando Michigan tem encontros marcados com Penn State e Ohio State.
» QUINN EWERS (QB, Texas)
Se fôssemos traçar um gráfico sobre a cotação de Quinn Ewers dentro da corrida pelo Heisman, nós veríamos uma linha descendente. Antes mesmo da derrota para Oklahoma no sábado, Ewers já não se encontrava entre os favoritos. Agora, o vejo ainda mais longe deste pelotão. O QB lançou duas interceptações e também sofreu um fumble na derrota para os Sooners. Ele terminou o jogo com 31 de 37 passes para 346 jardas e um touchdown. Em seis jogos nessa temporada, Ewers completou 69,6% de seus passes para 1.704 jardas e 11 touchdowns, além de cinco TDs pelo chão.
» SHADEUR SANDERS (QB, Colorado)
Considerando que o buzz da mídia e do público contam muito na indicação para o Heisman Throphy, Sanders encontra-se em uma posição privilegiada. Colorado foi o time que mais atraiu a atenção do público na temporada até aqui, tendo seus jogos batido recordes semanais de audiência. Porém, o QB não conta apenas com a visibilidade, ele também tem um bom futebol. Sanders lidera o país em passes completos (186) e jardas de passe (2.020) e o tem o terceiro melhor número de passes para touchdown no ano (16). Se Colorado fosse um contender dentro da Pac-12, certamente seu nome estaria mais cotado na premiação.
FORTES CANDIDATOS
» BROCK BOWERS (TE, Georgia)
Georgia é o atual bicampeão nacional do college football e está no rumo de abocanhar o terceiro título seguido. Qual o principal denominador comum em campo destas três campanhas? Sim, Brock Bowers. Mesmo quando ele era um mero freshman neste time dos Bulldogs, o seu impacto tem sido inestimável. O apelo para que ele figure entre os finalistas da premiação cresce semana após semana. Ele tem tido um papel muito importante na transição da titularidade da posição de quarterback no time, sendo o alvo de confiança de Carson Beck. No momento, Bowers sustenta uma sequência de três jogos seguidos recebendo para mais de 100 jardas. Laurear o TE com tão importante troféu seria coroar o melhor TE que surgiu no college em muitos anos.
» JAYDEN DANIELS (QB, LSU)
Não é exagero dizer que Jayden Daniels tem carregado LSU nas costas neste ano. Na falta de uma defesa confiável, o QB não se omite e entrega ótimas performances semana após semana. Foi assim no último sábado contra Missouri, quando LSU perdia por 22-7 na metade do segundo quarto. Então, Daniels ligou a chavinha e completou 15 de 21 passes para 259 jardas e três touchdowns, além de acumular 130 jardas e um TD terrestre, permitindo que LSU virasse o placar para 49 a 39. No ano, Daniels já lançou para 1.969 jardas (3º melhor número da FBS) e acumulou 23 touchdowns totais em seis jogos.
» JORDAN TRAVIS (QB, Florida State)
O hype sobre Travis já esteve maior, mas ele se beneficia do fato de ser QB de uma power house que tem feito uma de suas melhores temporadas da última década. Contra Virginia Tech no último fim de semana, Travis liderou a FSU em três campanhas consecutivas de touchdown para começar o jogo, abrindo uma vantagem de 22-0. Com a vitória encaminhada, o jogo corrido dos Seminoles preponderou daí em diante. Ao final, o QB completou 18 de 24 passes para 170 jardas e dois touchdowns. Não é bem o desempenho de um Heisman, mas sabemos que ele tem potencial para fazer muito mais.
» SAM HARTMAN (QB, Notre Dame)
A campanha de Hartman para o Heisman já viu dias melhores. O QB tem sofrido na mesma medida que a temporada de Notre Dame. Desde a partida contra Ohio State, o seu jogo não tem sido o mesmo de antes. Claro que vemos lampejos de seu talento em todos os jogos. Todavia, as falhas se tornaram tão frequentes quanto, especialmente no último jogo contra Louisville, quando lançou para três interceptações e cometeu dois fumbles. Se não fosse por esta má-fase, estaria na prateleira dos favoritos.
FAVORITOS
» BO NIX (QB, Oregon)
Se alguém desta lista conta com uma campanha intensa para catapultar o seu nome na disputa pelo prêmio, esse alguém é Bo Nix. Oregon está fazendo o máximo que pode para que seu QB se despeça do college em alto nível, seja vencendo o Heisman, seja vencendo o título nacional. Até agora, o caminho de ambos para estes objetivos tem sido sem sobressaltos: Oregon continua invicto e Nix vem de uma sequência de boas atuações. Nix tem o melhor índice de passes completos da FBS no momento (80,4%), lançando para 1.459 jardas, 15 touchdowns e apenas uma interceptação.
» CALEB WILLIAMS (QB, USC)
O favorito dos favoritos. Se as coisas continuarem no mesmo ritmo das seis primeiras semanas da temporada, Williams deve faturar o Heisman Thophy pelo segundo ano seguido, igualando o feito de Archie Griffin (RB, Ohio State), que é atualmente o único jogador a ter recebido duas vezes o troféu (1974 e 1975). No último sábado, Williams não teve a atuação mais pirotécnica do ano, mas foi a mais clutch de todas. Conduziu USC à vitória após um triplo overtime, demonstrando uma visão de jogo e habilidade atlética digna dos melhores de sua posição. No ano, Williams anotou 28 touchdowns totais (22 passados e 6 corridos).
» DILLON GABRIEL (QB, Oklahoma)
Enquanto vê as chances do adversário Quinn Ewers só diminuírem, Gabriel pouco a pouco vai pavimentando seu caminho até Nova York. No Red River Rivalry de sábado, foi Gabriel quem mais brilhou dentro de campo, completando 23 de 38 passes para 285 jardas e um touchdown, além de correr para outras 113 jardas e um TD. Porém, estes números não traduzem o poder de decisão do QB, que, no momento de maior pressão, no final do jogo, liderou uma campanha de cinco jogadas e 72 jardas, que terminou com um passe para TD de 3 jardas para Nic Anderson a 15 segundos do fim.
» MICHAEL PENIX JR. (QB, Washington)
Creio que Penix seja o nº 2 dessa corrida pelo Heisman. A depender do que rolar no jogo deste sábado contra Oregon, que possui uma defesa muito sólida, o seu nome pode ser catapultado para a primeira posição. Os Ducks possuem o quarto maior índice de sacks do college (11,5%) e cedem a quarta menor quantidade de jardas por tentativa (5,2). Se o QB conseguir performar bem diante de tão alto nível de competição (e a depender como Caleb William vai se sair quando USC enfrentar Oregon em novembro), Penix terá um caso muito forte para vencer o Heisman Throphy.
TOP 5 JOGOS DA SEMANA
#8 OREGON at #7 WASHINGTON (Sábado, 16h30) | Este será o primeiro de uma sequência de três jogos consecutivos de Oregon contra adversários ranqueados. Eles jogarão contra Washington State e Utah nas próximas duas semanas. Ducks e os Huskies vão se enfrentar pela 103ª vez sob o olhar atento de todos os fãs do college football. Essa será a primeira vez que os times, que tem um histórico recentes de rivalidade, se enfrentam ranqueados dentro do Top 10. É o jogo do ano na Pac-12 até agora, que terão ainda alguns confrontos bastante importantes. Tanto Oregon quanto Washington tem encontros marcados contra USC em novembro. Ou seja, há uma considerável possibilidade dos times da conferência se matarem entre si, deixando todos de fora da corrida por uma vaga no College Football Playoff mais uma vez. Pela última vez. Palpite: Washington.
TEXAS A&M at #19 TENNESSEE (Sábado, 16h30) | Depois da derrota para Alabama em casa, Texas A&M viaja até Nashville para enfrentar outro adversário indigesto. Saídos de uma semana de bye, os Volunteers podem colocar os Aggies dentro de uma crise que, mais uma vez, levará a questionamentos sobre a continuidade de Jimbo Fisher como head coach. Considerando o surreal buyout de US$ 77 milhões, acredito que sua demissão ainda seja uma possibilidade remota. Uma temporada de seis vitórias ainda deve garantir o emprego do HC por pelo menos mais um ano. Palpite: Tennessee.
#25 MIAMI at #12 NORTH CAROLINA (Sábado, 20h30) | Os Hurricanes tentarão se recuperar da burrada cometida no final do jogo contra Georgia Tech (quando sofreram um fumble no último snap ao invés de apenas ajoelhar na bola e deixar o relógio zerar) que lhes custou a vitória. Eles enfrentarão um Drake Maye embalado, que já lançou para mais de 400 jardas em dois dos seus últimos três jogos. Palpite: North Carolina.
#10 USC at #21 NOTRE DAME (Sábado, 20h30) | Os Trojans não vencem Notre Dame em South Bend desde 2011. Mas esse ano ele chegam invictos para enfrentar um adversário longe de sua melhor fase. Os Fighting Irish jogaram de forma inconstante nas últimas três semanas, embora sempre fazendo jogos parelhos. A defesa está novamente instável e o vencedor do Troféu Heisman, Caleb Williams, está a enfrentar mais pressão do que no ano passado. Pelo menos não perderam duas de três como Notre Dame. Palpite: USC.
#18 UCLA at #15 OREGON STATE (Sábado, 21h) | Não é um duelo entre Top 10 como Oregon vs Washington, mas é um duelo de Top 20. E será um duelo tão interessante quanto. A defesa dos Bruins limita seus adversários a uma média de 254 jardas de ataque por jogo (5ª melhor defesa da FBS). Por outro lado, o ataque liderado pelo QB DJ Uiagalelei possui uma média de 450 jardas por jogo e de 38,5 pontos por jogo (14º melhor). Curioso sobre qual unidade preponderá ao final. Palpite: Oregon State.
Excepcionalmente, não teremos o Giro do College nesta semana. Volta semana que vem!