As principais histórias dos treinos de primavera no college football
Disputa entre quarterbacks e técnicos recém-chegados são os destaques desta offseason
Olá, fã do college!
A offseason pode ser um momento difícil para os fanáticos por college football. O fim da maratona de jogos da bowl season pode trazer um certo alívio no começo. Levantar do sofá e ver novamente a luz do sol tem suas vantagens. Ter os sábados novamente livres prenuncia um mundo de possibilidades. Contudo, passa um mês, dois meses... e aquela sensação de bem-estar com o fim da loucura que é a temporada do college football diminui. E logo um certo pensamento nos assalta: "e se eu assistir novamente aquele Rose Bowl?" "Faz tempo que eu não revejo o Oklahoma vs Texas de 2012".
O diagnóstico é simples: abstinência severa de college football. Acontece com todo fã. Qual o melhor remédio? Depende. Alguns encontram consolo assistindo jogos antigos; outros, se informando sobre como os times se preparam para a próxima temporada. Para esses, março é um bom mês. Isso porque os times começam os treinos de primavera e um mundo de esperanças nasce na cabeça do torcedor.
Embora não haja jogos oficiais, os treinos de primavera são uma parte importante da preparação para a próxima temporada. Nesse período, as equipes têm a chance de dar boas vindas aos calouros recém chegados, aprimorar suas habilidades, experimentar novas jogadas e estratégias, além de recuperar o entrosamento.
Por ser um momento de grandes mudanças nos times, não faltam histórias interessantes para acompanhar durante essa época e aqui eu vou listar as principais delas.
Arch Manning em Texas
Uma das grandes histórias dessa temporada é a chegada de Arch Manning em Texas. Arch é filho de Cooper Manning, o irmão mais velho de Peyton e Eli Manning, e sua chegada ao college football tem despertada muita a atenção da mídia e dos torcedores.
Como era de se esperar de um quarterback com o sobrenome Manning, o seu processo de recrutamento foi um dos mais acirrados de toda a história.
Desde que anunciou que iria para Texas, o hype sobre o calouro chegou a um nível que não era visto por lá desds a chegada de Vince Young ao programa em 2002.
Apesar do inegável talento do QB, o head coach Steve Sarkisian tem sido cauteloso em suas declarações desde que os treinos de primavera começaram em Austin. Compreensivelmente, ele tem alimentado a competição pela titularidade com Quinn Ewers, que fez uma temporada de altos e baixos em 2022.
Ewers também foi um recruta cinco estrelas bastante disputado no high school. Embora ele fosse originalmente um recruta da Classe de 2022, ele se reclassificou para se matricular em Ohio State em agosto de 2021 e se transferiu para Texas no ano seguinte.
Em um mundo ideal para Sarkisian, Ewers faria um 2023 muito bom para que Manning tivesse tempo para se preparar adequadamente e assumir a titularidade no ano seguinte.
Porém, desde que chegou aos Longhorns há dois anos, Texas precisou trocar de quarterback durante a temporada. É por isso que o desenvolvimento de Manning nessa offseason é importante, pois é provável que ele seja chamado para decidir logo em seu ano 1.
Novos quarterbacks em Georgia e Alabama
Dois dos programas mais vencedores do college football na última década vão trocar de quarterback nessa offseason. Depois de dois anos de Bryce Young e três de Stetson Bennett, Nick Saban e Kirby Smart terão que encontrar um novo play caller para seus times.
Em Georgia, que está de novo coordenador ofensivo (Mike Bobo), a disputa pela titularidade provavelmente vai ficar entre o redshirt junior Carson Beck e redshirt sophomore Brock Vandagriff. Ambos terão a oportunidade de lançar bola para um dos melhores tigh ends do college, Brock Bowers, mas também sofrerão com a falta de um corpo de wide receivers mais profundo.
Em Alabama, a disputa ficará entre o redshirt freshman Ty Simpson e o redshirt sophomore Jalen Milroe. Mas não é somente a posição de quarterback que terá uma cara nova: o coordenador ofensivo Tommy Rees e o coordenador defensivo Kevin Steele também são recém-chegados no programa, embora esta seja a terceira passagem de Steele por lá.
Prime time em Colorado
Sem entrar no mérito se Deion "Prime" Sanders é ou não um bom head coach, fato é que, desde que ele foi contratado por Colorado, todo mundo tem olhado para o programa de uma forma diferente. Inclusive os jogadores.
Colorado não tem sido um contender, nem mesmo dentro de sua conferência, há muito tempo. Mas a chegada de Sanders por lá tem levantado toda a sorte de especulações sobre o quão longe os Buffaloes podem chegar nas próximas temporadas.
Muito jogadores talentosos estão chegando em Boulder. Começando pelo seu próprio filho: Shedeur Sanders é uma grande promessa como quarterback e seguiu seu pai de Jackson State. Assim como fez o cornerback Travis Hunter, que foi o recruta mais bem avaliado da Classe de 2022 e, mesmo assim, decidiu ir para Jackson State e ser treinado por Sanders. Contar com ele também em Colorado vai ser um reforço inestimável nesse início de trabalho.
Outros transferidos de calibre que valerá a pena observar nessa primavera: Demouy Kennedy (Alabama), CB Kyndrich Breedlove (Ole Miss), DL Jordan Domineck (Arkansas) e TE Seydou Traore (Arkansas State)
Matt Rhule nos Cornhuskers
Apesar de ter uma rica histórica, Nebraska não tem tido sucesso em retornar ao status de grandeza que desfrutava na década de 1990. Scott Frost era visto como o salvador da pátria, mas o desempenho do time sempre foi medíocre. Como resultado, Frost foi demitido no meio da temporada passada e Matt Rhule, que havia sido demitido do Carolina Panthers em outubro, foi contratado como o novo head coach.
Rhule já alcançou grande sucesso no college com Temple e Baylor, a ponto de despertar o interesse da NFL. Apesar de falhar no nível profissional, seu prestígio no nível universitário permanece intacto e a esperança é que ele seja capitalizado no recrutamento.
O sonho é que Dylan Raiola, prospecto nº 1 da Classe de 2024 e cujo pai já jogou pelo Cornhuskers, assine com a universidade.
Nova era em Wisconsin
Depois de oito temporadas de Paul Chryst, Wisconsin percebeu que era hora de mudar. Nos últimos anos, os Badgers pararam de evoluir e isso, aliado à uma incompetência ofensiva que dava nos nervos do torcedor, significou a queda de Chryst. Menos mal que isso tenha levado o programa a fazer uma das melhores contratações desta offseason.
Luck Fickell chega em Madison com muita moral. Seu trabalho em Cincinnati não apenas levou o time ser o primeiro integrante do Group of 5 a jogar o College Football Playoff em 2021, como permitiu que a universidade fosse chamada a integrar a Big 12, elevando consideravelmente o status de toda a atlética.
Em poucos meses no cargo, Wisconsin já mudou a cara de seu recrutamento e trouxe um novo QB para a próxima temporada. Com a transferência de Graham Mertz para Florida, Fickell trouxe Tanner Mordecai de SMU, Nick Evers de Oklahoma e Braedyn Locke de Mississippi State para revitalizar uma das posições mais carentes do time nos últimos anos.
Ainda investindo no ataque, Fickel contratou o coordenador ofensivo Phil Longo, que foi o responsável pelo ataque de North Carolina com Sam Howell.
Os Badgers vem forte para a disputa do título da Big Ten esse ano.
Todos os programas encerram seus treinos de primavera com um jogo-treino entre os próprios jogadores. Vários deles serão televisionados e poderão ser assistidos pelo fã de esporte brasileiro.
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Em tempo de offseason, qualquer joguinho é ouro!