A história e a tradição da rivalidade entre Texas e Oklahoma
Relembre alguns jogos memoráveis e uma prévia para a partida deste sábado
Olá, fã do college!
Nesse sábado, Texas e Oklahoma se enfrentarão pela 118ª vez em uma partida cercada de muita tradição e história. Ao contrário da maioria dos jogos de rivalidade, que geralmente são atrações na semana do Thanksgiving (vide Michigan-Ohio State), Sooners e Longhorns tradicionalmente se enfrentam em outubro, no auge da temporada regular, como parte das festividades da Feira Estadual do Texas (State Fair of Texas) em Dallas, uma das maiores feiras dos Estados Unidos.
Trata-se de um confronto que, nos últimos anos, ficou conhecido pelos seus placares piruetas. Muitos ainda devem se lembrar do 55 a 48 do ano passado, ou do 53 a 45 de 2020, ambos vencidos pelos Sooners. Embora Texas lidere a série histórica com um recorde de 62-50-5, os Sooners venceram 16 dos últimos 23 encontros.
O primeiro jogo entre Texas e Oklahoma foi disputado em 1900. Texas venceu esse jogo por 28 a 2 e as duas equipes se enfrentaram anualmente desde então, excluindo os anos de 1918, 1920, 1921 e 1924-1928.
Texas e Oklahoma jogaram em Austin e Norman até 1912, depois o jogo foi transferido para um campo neutro, em Dallas. Foi a partir de 1929 que a rivalidade passou a ser disputada durante a Feira Estadual do Texas. A partir da temporada de 1930, o jogo passou a ser jogado no recém construído Fair Park Stadium, que mais tarde, em 1936, passou a ser conhecido como "The Cotton Bowl". O primeiro jogo Texas-Oklahoma jogado lá foi em 1937.
É o Cotton Bowl que serve de palco para um evento que tem se tornado raro nos esportes nos últimos anos: a presença maciça das duas torcidas. Os ingressos para o jogo são divididos igualmente entre os Longhorns e Sooners e o estádio é dividido ao meio na linha de 50 jardas, fazendo uma divisão clara do vermelho e do laranja nas arquibancadas.
A rivalidade entre Texas e Oklahoma é tamanha que, independentemente da fase que os times estejam atravessando na temporada, a expectativa é sempre de jogão. Oito dos últimos nove confrontos foram vencidos por uma posse de bola (sete pontos ou menos). Além disso, o clássico mistura tudo o que o fã do college football adora ver: programas tradicionais, torcida apaixonada, muitas tradições envolvidas e um belo troféu para o vencedor. Na verdade, dois troféus.
O primeiro é o famoso "Golden Hat", que faz parte da rivalidade desde que a Feira Estadual do Texas o doou em 1941. O outro "troféu" trocado é "The Governor’s Cup". Essa tradição começou em 1973 quando o governador do Texas, Dolph Briscoe, doou o troféu que a cada ano é mantido no gabinete do governador do estado vencedor.
Por muitos anos, o jogo entre as universidades foi conhecida como "Red River Shootout". Red River é o nome do rio que serve de divisa entre os estados de Texas e Oklahoma. Contudo, em 2005, o jogo passou a ser patrocinado pela SBC Communications e o nome foi alterado para SBC Red River Rivalry, substituindo a palavra "shootout" a fim de não transmitir uma mensagem equivocada de tolerância à violência armada. Um ano depois, a SBC se fundiu com a AT&T, mudando o nome do jogo para AT&T Red River Rivalry. Por fim, em 2014, o nome do jogo foi alterado novamente para "AT&T Red River Showdown", nome pelo qual é conhecido hoje.
JOGOS MEMORÁVEIS
Texas e Oklahoma fizeram, ao longo de sua histórias, diversos jogos antológicos e que não saem da memória do torcedor. Vou citar aqui apenas os meus três preferidos.
TEXAS 15 X 15 OKLAHOMA (1984) | Essa foi a única vez em que a rivalidade colocou frente a frente o nº1 contra o nº2 do país. O RB Steve Sewell anotou dois touchdowns para dar a vantagem de 15 a 10 para os Sooners há dois minutos para o final da partida. Oklahoma então cedeu um safety para evitar sofrer um turnover na beira de sua redzone e para forçar Texas a percorrer o campo em sua campanha final, Contudo, um erro de arbitragem não permitiu que a vitória se concretizasse. As zebras não viram uma interceptação dos Sooners na redzone durante a campanha final. Os Longhorns, na sequência, chutaram o field goal para empatar a partida em 15 a 15.
TEXAS 48 X 45 OKLAHOMA (2018) | Os Sooners chegaram para essa partida invictos e era a primeira vez que ambas as equipes estavam ambas ranqueadas desde 2012. O jogo estava 45 a 24 para os Longhorns com pouco menos de um minuto do final do terceiro quarto quando Kyler Murray resolveu fazer sua mágica. Ele liderou o time para três touchdowns seguidos, incluindo uma corrida de 67 jardas que levou apenas 11 segundos e empatou o jogo em 45-45 com apenas 2:38 restantes. Foi quando entrou em cena o kicker freshman de Texas, Cameron Dicker. Ele acertou um field goal de 40 jardas, com 14 segundos restantes no relógio, e garantiu a vitória dos Longhorns. Nasceu, nesse momento, a lenda de “Dicker, the Kicker”
OKLAHOMA 53 X 45 TEXAS (2020) | Simplesmente, o jogo mais longo da história da rivalidade. Foram necessários 4 overtimes para selar a vitória dos Sooners. Spencer Rattler e Sam Ehlinger trocaram touchdowns na primeira e segunda prorrogação. Na terceira, ambos os times desperdiçaram suas respectativas tentativas de field goal, levando a partida para a quarta prorrogação. Oklahoma anota então mais um TD. Na campanha seguinte, Sam Ehlinger foi interceptado na redzone (este sim marcado pelas zebras), selando o placar final em 53 a 45 para os Sooners.
O QUE ESPERAR PARA O JOGO DE SÁBADO
Depois de lesionar o ombro durante a partida contra Alabama na semana 2, é esperado que Texas conte com o retorno de Quinn Ewers. Não há reforço melhor para a partida que esse, especialmente diante de uma defesa que cedeu 96 pontos nos últimos dois jogos, como é essa de Oklahoma.
Brent Venables e o coordenador defensivo Alex Grinch estão com o grande desafio de apresentar uma considerável melhoria defensiva contra um dos ataques mais talentosos do país. Atualmente, os Sooners tem a pior defesa da Big 12 contra o jogo corrido, cedendo 991 jardas em cinco jogos, 249 jardas a mais que a segunda pior (Texas Tech). Grande oportunidade para Bijan Robinson, que acumula 515 jardas de corrida na temporada, segundo maior número dentro da Big 12.
Porém, defesa não é o único problema de Oklahoma no momento. O QB Dillon Gabriel, que sofreu uma concussão na última partida contra Kansas State, poderá desfalcar o time nesse sábado.
Por outro lado, é preciso considerar que Texas também não está voando em 2022. A derrota para Texas Tech há duas semanas ainda está bem fresca na memória de todos. Por isso, os Longhorns são apenas 7 pontos favoritos para o jogo.
Texas vs Oklahoma terá transmissão em língua portuguesa pela ESPN 3 e Star+, à partir das 13 horas, horário de Brasília.
COLLEGE FOOTBALL
OUTRAS PRÉVIAS DA SEMANA 5
#8 TENNESSEE at LSU (sábado, 13:00, Star+) | Os Tigers se encontram na inusitada situação se serem azarões em uma partida em casa. Isso porque Tennesse é o oitavo melhor time do país e ainda encontra-se invicto na temporada. O QB Hendon Hooker, dos Vols, vive grande fase. Ele acumula a absurda média de 559,2 jardas totais por jogo, a maior da FBS atualmente. O ataque de LSU não fica muito atrás e mantém uma média de 443,6 jardas de ataque por jogo, graças, em grande parte, ao jogos de pés do QB Jayden Daniels, que sabe escapar bem da pressão. Mesmo assim, acredito que os Tigers não conseguirão acompanhar o ritmo do ataque de Tennesse.
#17 TCU at #19 KANSAS (sábado, 13:00) | Invencibilidade, estádio lotado pela terceira semana seguida, College GameDay no campus… Os Jayhawks realmente estão vivendo uma das melhores fases de suas últimas décadas. Nada como uma vitória sobre outro time invicto para coroar tudo isso. Ocorre que os Horned Frogs também estão com tudo. Eles atropelaram Oklahoma semana passada de uma forma desconcertante. Por isso, eles possuem plenas condições de vencer em Lawrence com toda torcida contra. Alerta de jogão.
#11 UTAH at #18 UCLA (sábado, 16:30) | A melhor partida do ano na Pac-12 até agora. Os anos de desconfiança sobre a solidez dos times montados por Chip Kelly fizeram que muitos não apostassem em UCLA contra Washington na semana passada. Surpreendentemente, o time fez uma das melhores atuações sob o comando do técnico, puxado pelo talento do QB Dorian Thompson-Robinson, que vive a melhor fase de sua carreira. O desafio nesse sábado é ainda maior. Não foram poucos os que descartaram Utah depois da derrota (apertadíssima, diga-se de passagem) para Florida na semana 1. Mas, desde então, o time vem jogando muito bem, embora o nível de competitividade não tenha sido tão alto.
#16 BYU vs NOTRE DAME (sábado, 20:30, Star+) | Os dois melhores programas independentes do college football se enfrentarão no Allegiant Stadium, em Las Vegas, em uma partida em que as casas de apostas colocam os Fighting Irish com um ligeiro favoritismo (3 pontos). É um jogo que tem tudo para ser equilibrado, mas acredito que a vantagem está com BYU, cujo time me impressionou mais este ano. O QB Jared Hall tem feito boas apresentações e provavelmente será bastante ajudado com a volta dos WR Puka Nacua e Chase Roberts, recuperados de lesão. Por outro lado, O QB de Notre Dame, Drew Pyne fez uma performance segura contra North Carolina, demonstrando estar mais a vontade no papel de titular.
TEXAS A&M at #1 ALABAMA (sábado, 21:00) | Quando Jimbo Fisher soltou os cachorros contra Nick Saban por este ter dito que Texas A&M comprava seus recrutas, o fã do college football circulou o dia 8 de outubro no calendário, ansioso para ver os dois técnicos frente a frente em campo. Infelizmente, os Aggies chegam para esse jogo com a moral baixa, com duas derrotas em cinco partidas, inclusive uma para Appalachian State em casa. Por isso, Alabama novamente é favoritaça para vencer o confronto, mesmo com a indefinição sobre a participação de Bryce Young, que lesionou o ombro direito no jogo da semana passada contra Arkansas.
PALPITES DA SEMANA
Após mais uma semana de sete acertos, vou encarar uma seleção de jogos com muito equilíbrio. Pelo menos metade das partidas que eu escolhi essa semana estão com um spread de, no máximo, uma posse de bola para o time favorito.